Esporte
Brasilidades: Hulk driblava amigos no esconde-esconde e ficava em casa
Cadê o Givanildo? A pergunta era recorrente no bairro José Pinheiro, em Campina Grande, na Paraíba. Na brincadeira de esconde-esconde, ninguém o achava. Procuravam em todos os lugares e nada do Givanildo. Até que de repente ele aparecia, sem ser percebido, ao ponto de partida, antes dos responsáveis por achá-lo na brincadeira. Só que muitos não sabem até hoje que seu esconderijo era óbvio.
– Eu me escondia em casa – contou, rindo, o atacante do Zenit, que no futebol deixou de ser chamado de Givanildo para virar o conhecidoHulk.
A infância pobre não impediu o jogador de ter momentos felizes. Como os que ele vivia na brincadeira de esconde-esconde. Aos 26 anos, ele conta com alegria suas aventuras pelas ruas de Campina Grande. Em especial quando voltava correndo para se esconder em casa, com a cobertura das irmãs.
- Elas me ajudavam. Ninguém nunca soube qual era o meu esconderijo. Ficava em casa comendo pão com carne e esperava a hora certa de sair – relatou o jogador.
Infelizmente, a infância de Hulk não teve como ser apenas na base da brincadeira e dos estudos. A responsabilidade chegou precocemente. E ainda menino ele precisou ir à feira ajudar os pais no comércio de carnes. Era ele quem carregava as peças de carne e cortava antes que elas fossem colocadas à venda.
- Acho que foi por isso que fiquei forte – brincou o atacante da seleção brasileira, convocado por Felipão para a Copa das Confederações.
Desde criança, Hulk tinha um sonho: comprar uma casa para os seus pais. Já o realizou. Mas lá na feira, em Campina Grande, ele não
esforços para isso.
- Como eu chegava cedo à feira, por volta de quatro, cinco horas da manhã, aproveitava para ajudar as pessoas das outras bancas. No fim do dia isso me rendia uns 15 reais. Eu dava tudo para a minha mãe – relembrou o jogador.
Um dos jogadores mais valorizados do mundo na atualidade, Hulk está colhendo os frutos de tanta dedicação na infância e na adolescência. Apaixonado por futebol, ele não se rendia ao cansaço do trabalho e sempre arrumava um tempo para jogar.
- Sempre fui doido por futebol. Nunca me vi fazendo outra coisa – finalizou.
A Copa das Confederações será a primeira competição oficial que Hulk disputará pela seleção brasileira principal – antes, ele esteve nas Olimpíadas de Londres, em 2012. Convocado desde a era Dunga, passando por Mano Menezes e agora com Felipão, o atacante do Zenit tem boas chances de ser titular.
01/06/2013 08h32 - Atualizado em 01/06/2013 08h53
Queda de produção aumenta a blindagem sobre Neymar na Seleção
Depois de apresentação ao Barcelona, CBF vai aumentar ainda mais a proteção ao atacante. Craque tem recebido cuidado especial de Felipão
A comissão técnica da seleção brasileira está preocupada com Neymar. Em especial com seu rendimento dentro de campo. Não à toa a blindagem sobre o atacante vai aumentar ainda mais depois que ele voltar de Barcelona – na próxima segunda-feira, dia 3, ele será apresentado como reforço do time catalão.
Desde que estreou como técnico nessa segunda passagem pela Seleção, Felipão tem tido um cuidado especial com Neymar. Logo de cara, deixou evidente que o jogador não participaria mais de entrevistas antes das partidas. Restringiu as perguntas ao jogador apenas nos intervalos e depois dos jogos.
Não só isso. O treinador assumiu o papel de defensor do craque. Nos amistosos mais difíceis, contra Inglaterra (derrota), Itália e Rússia (empates), Felipão ressaltou a importância tática do atacante, principalmente na ajuda com a marcação. Mas não quis falar sobre a dificuldade que ele teve de furar as defesas.
Mais adiante, nos amistosos contra Bolívia (goleada de 4 a 0) e Chile (empate por 2 a 2), Neymar fez três gols ao todo. Mas em Belo Horizonte, contra os chilenos, ouviu a maior vaia contra ele na carreira. Foi chamado de pipoqueiro também. Na coletiva, o técnico da Seleção disse que ele está pronto para a Copa do Mundo.
Recém-contratado pelo Barcelona, Neymar deixou o Santos em jejum. Não faz gols há oito partidas (cinco pelo Paulistão, dois pela Copa do Brasil e um pelo Campeonato Brasileiro). Os números apontam para uma evidente queda de rendimento. A esperança de volta por cima está na seleção brasileira.
A liberação de Neymar para se apresentar ao Barcelona na próxima segunda-feira, dia de folga da Seleção, faz parte da estratégia. A comissão técnica quer encerrar logo o assunto para que o jogador volte seu foco totalmente para a Copa das Confederações. E mais: para que ele renda o esperado dentro de campo.
Jogador com maior número de gols pela seleção brasileira entre os 23 convocados (são 20 em 32 jogos), Neymar não vem atuando bem nas últimas apresentações pelo time nacional e também pelo Santos. Isso preocupa a comissão técnica. Mas eles acreditam que o fim da novela com o Barça vai ajudar o jogador.
De qualquer maneira, Neymar terá forte proteção nesse período. Sua exposição será bem menor. Principalmente depois do próximo dia 3. Recentemente, para se ter uma ideia, Felipão ficou indignado com a tentativa do empresário do craque, Wagner Ribeiro, de leva-lo sábado, dia 1º, para despedida na Vila.
Exemplos de Robben e Rocky Balboa inspiram Julio César na Seleção
Goleiro fala das adversidades após Copa 2010, volta a admitir conversas para deixar QRP e justifica camisa do Chelsea no aniversário de David Luiz
Vocês devem ter visto um filme do Rocky (Balboa, interpretado pelo ator Sylvester Stallone). Ele diz para o filho dele que a vida não é um arco-íris. Às vezes, ela vai e te bate forte. Eu me apeguei muito nessa frase dele para a minha carreira. E me apego até hoje. Busquei força na minha família, nas pessoas que torcem pelo meu sucesso. No momento de adversidade que você precisa buscar força, se superar. Estou buscando força. Espero me superar e todos sabem que na Copa do Mundo, sendo campeão do mundo, fecharia meu ciclo na Seleção com chave de ouro, superando uma série de obstáculos e uma série de coisas. Eu me apego muito ao Robben (atacante holandês do Bayern de Munique). Ele viveu uma situação parecida. Perdeu a Champions para nós (Inter de Milão), perdeu no ano passado (para o Chelsea), perdendo um pênalti, e ganhou este ano. É nisso que eu me apego para seguir – disse o goleiro, muito motivado para a disputa da Copa das Confederações.
Futuro e polêmica na Inglaterra
Mais uma vez questionado se permanecerá no QPR, rebaixado para a Segunda Divisão da Inglaterra, o goleiro reiterou estar conversando com alguns clubes, mas não revelou o país de destino, até por respeito ao QPR, com quem tem contrato até 2016.
- A minha realidade é o QPR, tenho contrato até 2016. Tenho alguns clubes interessados, mas nada de concreto. O Redknapp já deixou uma porta aberta para mim. Disse que sou um jogador que não posso jogar a Segunda Divisão da Inglaterra. Fiquei feliz com essas declarações dele. Quero manter em sigilo porque pode me prejudicar. Tenho algumas ideias claras e espero que se concretize. Mas não posso falar ainda.
Sobre a polêmica em que se envolveu na Inglaterra, ao ser flagrado com uma camisa do rival Chelsea, no aniversário de David Luiz, Julio César admitiu que poderia ter evitado a situação, mas justificou a brincadeira como uma homenagem ao amigo David Luiz.
- Foi uma brincadeira que fiz com a minha família. Era uma festa a fantasia e nós fomos de David Luiz. Usei uma peruca e camisa do Chelsea. Em nenhum momento pensei na repercussão que poderia dar. Se eu tivesse pensado, não faria o que eu fiz. Não queria ofender ninguém. Foi uma homenagem. Hoje em dia, as pessoas levam para o lado negativo.
02/06/2013 17h57 - Atualizado em 02/06/2013 18h09
Brasil empata com a Inglaterra no reencontro com o Maracanã
O Maracanã ficou pronto – ou quase. Mas a seleção brasileira dá sinais de que ainda vai demorar até edificar uma equipe confiável. No reencontro entre o principal templo do país e a camisa mais vencedora do mundo, o Brasil empatou por 2 a 2 com a Inglaterra neste domingo. Todos os gols saíram no segundo tempo. Fred e Paulinho marcaram para a Seleção. Chamberlain e Rooney fizeram para o English Team.
Foi uma tarde de festa, de erros e acertos, de motivos para se animar e de avisos com os quais se preocupar. Neymar, com a camisa 10, fez ótimo primeiro tempo. E desapareceu no segundo. A torcida apoiou quase o tempo todo - mas não gostou de ver Hulk em campo e Lucas no banco.
Pelo rendimento verde-amarelo na primeira etapa, talvez o resultado tenha sido pobre. Mas é fato que a Inglaterra soube reagir. E poderia até ter vencido.
Foi o penúltimo teste do Brasil antes da Copa das Confederações. Dentro de uma semana, na Arena do Grêmio, a Seleção enfrenta a França.
O dono do time
Não se escolhe uma camisa 10 como quem escolhe batatas no supermercado. Tem todo um simbolismo nisso. Não foi por acaso que Neymar, em um jogo simbólico, com esse jeitão de rito de passagem, foi ao novo campo do novo Maracanã com o novo número às costas - só o vestira uma vez, em 2011, contra a Alemanha. Todo camisa 10 parece dizer que pretende ser o dono do time. E Neymar, no primeiro tempo do jogo contra a Inglaterra, foi.
Uma pena não ter saído o gol. Para se ter uma noção da supremacia verde-amarela, o Brasil já somava 15 finalizações aos 34 minutos de jogo, contra absolutamente nenhuma dos ingleses. Neymar participou de boa parte delas, muito bem acompanhado por Oscar. Eles comandaram um time que surpreendeu ao aparecer com Hulk, em vez de Lucas, no setor ofensivo. Filipe Luís na esquerda e Luiz Gustavo no meio foram as outras novidades de Felipão.
Neymar não se aquietou. Tentou de voleio, e a zaga cortou; aproveitou falha de Johnson na pequena área, mas o goleiro Hart salvou; bateu colocado, rente ao ângulo. Filipe Luís, Oscar e Daniel Alves foram outros a arriscar a gol. Hulk, de letra, quase fez um golaço.
A torcida esteve com o time. Foi paciente. Em alguns minutos, porém, pediu Lucas – mesmo que Hulk não estivesse exatamente mal em campo. O público viu que não existiu grau de comparação entre as duas equipes. A Inglaterra só deu sinal de vida lá nos minutos finais do primeiro tempo. Walcott, livre, às costas da zaga, quase fez o crime. Julio Cesar salvou.
Quatro gols
Fred esteve um tanto sumido no primeiro tempo. Costuma ser um sinal de gol. Aos 13 minutos, um chute de Hernanes, que entrara no lugar de Luiz Gustavo, encontrou o travessão de Hart. No rebote, apareceu o matador para matar, apareceu o goleador para fazer o gol. O camisa bateu direto, de primeira: 1 a 0.
O gol foi importante. Minutos antes, parte do público havia vaiado Felipão pela escolha de tirar Oscar para a entrada de Lucas. Ele chegou a ser chamado de burro. O que a torcida queria era a saída de Hulk. Mas ele só deixaria o campo bem depois. E quando a partida já estava novamente empatada...
A Inglaterra jogou bem mais na etapa final do que no primeiro tempo. Não deixou o Brasil passear pelo campo de ataque. E resolveu ameaçar também. Aos 21 minutos, a mudança de postura teve resultado. Após bom tabelamento, Chamberlain bateu forte, no canto de Julio Cesar. Era o empate.
Um problema sensível do Brasil depois do intervalo foi a queda de Neymar. Foi como se ele tivesse usado toda sua munição nos 45 minutos iniciais. Fez falta. A entrada de Lucas não eliminou o vácuo.
O que era bom, deixou de ser; o que pareceu ruim, ficou pior. Aos 33, Rooney acertou um chute raro de fora da área. Golaço.
Mas o Brasil reagiu. Lucas, da direita, mandou na área. Paulinho pegou forte, de primeira. Belo gol.
O jogo ficou aberto. Poderiam ter saído novos gols. Mas persistiu o empate de um time menos pronto do que o estádio que ele reencontrou neste domingo
Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Filipe Luís (Marcelo); Luiz Gustavo (Hernanes), Paulinho, Oscar, Hulk (Fernando) e Neymar; Fred (Lendro Damião). | Hart, Johnson (Chamberlain), Cahill, Jagielka e Baines (Ashley Cole); Carrick, Jones, Lampard e Milner; Walcott (Rodwel) e Rooney. |
T: Luiz Felipe Scolari | T: Roy Hodgson |
Estádio: Maracanã. Data: 02/06/2013. Arbitragem: Wilmar Roldan, com Eduardo Díaz e Wilson Berrío (trio da Colômbia) | |
Cartões amarelos: Hulk (Brasil). | |
Gols: Fred, aos 12, Chamberlain, aos 21, Rooney, aos 33, e Paulinho, aos 36 minutos do segundo tempo. |